Copacabana: Um refúgio às margens do lago mais alto do mundo
Visitar Copacabana e a Isla del Sol vai além de conhecer o local onde surgiu a civilização inca. É um verdadeiro mergulho onde natureza, história e espiritualidade se encontram, onde os vestígios de um passado sagrado ainda se fazem presentes e pulsam em pleno coração da América do Sul.
De La Paz até Copacabana
Copacabana é uma das cidades turísticas mais visitadas da Bolívia, não sendo difícil encontrar opções de ônibus saindo de La Paz, em vários horários do dia. Acordei bem cedo nesse dia e antes mesmo das 08:00 da manhã já estava com a passagem comprada, aguardando o embarque. Desta vez embarquei no Terminal Cementerio, que aparentemente era só o cemitério e não tinha nada de terminal nem guichês (talvez guichês fantasma? rsrs). Os vendedores de passagens abordam os passageiros na rua mesmo, preenchem uma comanda e indicam em qual horário e altura da rua o ônibus irá sair.

A viagem do terminal até Copacabana demora cerca de 04 horas. Se considerarmos que são apenas 143 km aparenta ser demorado, mas temos que considerar que são enfrentados trechos com rodovias estreitas e várias (e longas) subidas e descidas, além de uma travessia de balsa. O primeiro trecho leva pouco mais de duas horas e vai até o município de San Pablo de Tiquina, onde após atravessar o Estreito de Tiquina (os ônibus, vans e carros de balsa e os passageiros em pequenas embarcações), chegamos no município de San Pedro de Tiquina. Esse estreito está situado no lago Titicaca, possui cerca de 800 metros e serve de divisa entre as províncias de Manco Kapac e Los Andes.

A travessia de barco não está inclusa na passagem do ônibus e custa cerca de 5 reais. Dura pouco mais de dois minutos e os passageiros que vão até Copacabana e demais destinos devem aguardar a travessia do ônibus para seguirem viagem.



A essa altura do campeonato o leitor já deve estar se perguntando: Copacabana na Bolívia? É uma cópia do famoso bairro da capital fluminense? Quais as ligações entre os locais? Bom, vamos lá: Copacabana é uma cidade localizada na Bolívia, às margens do Lago Titicaca, no departamento de La Paz. Ela é um destino turístico popular, especialmente por sua proximidade com o lago e pelas suas belezas naturais. A semelhança entre os nomes vem de uma lenda e de uma devoção religiosa associada à Virgem de Copacabana. A devoção à Virgem de Copacabana teve início na cidade boliviana, onde o Santuário de Nossa Senhora de Copacabana é um importante ponto de peregrinação. A imagem da Virgem foi considerada protetora do local e é venerada até hoje.
Quando os portugueses chegaram ao Brasil, no século XIX, os habitantes do Rio de Janeiro, especialmente no bairro que viria a se chamar Copacabana, adotaram o nome em homenagem à Virgem. O nome foi escolhido por causa da conexão religiosa com a imagem da Virgem de Copacabana e, talvez, também pela paisagem impressionante e pela conexão com o mar, similar ao Lago Titicaca. Ou seja, a relação entre as duas Copacabanas é principalmente cultural e religiosa, com o nome compartilhado devido à veneração à mesma santa. Infelizmente só fiquei sabendo dessa história depois que retornei ao Brasa e acabei não visitando o santuário. Mas vou deixar o link do google maps onde tem várias imagens do local aqui.
Voltando à viagem até Copacabana, a rodovia serpenteia o lago Titicaca durante boa parte do trajeto, revelando paisagens muito bonitas e diferentes das que estamos acostumados a associar à Bolívia. Essas paisagens vão desde vales com pequenas vilas e criação de animais, algumas plantações de verduras e legumes, belíssimas montanhas com vegetação rasteira e cercadas por pequenas estradas e vilas.



Cheguei em Copacabana um pouco antes do meio, e como os passeios e embarcações até as ilhas do Titicaca geralmente saem nas primeiras horas da manhã, dediquei esse primeiro dia a conhecer um pouco mais da cidade e seus pontos turísticos. Importante comentar que Copacabana, diferente da cidade de Uyuni, possui toda uma estrutura voltada ao turismo, com várias (e boas) opções de restaurantes, cafeterias, hotéis e bares. E com preços convidativos. Me hospedei no Hotel Utama (link aqui) e paguei pouco mais de R$ 100,00 na diária. Existem pelo menos outras 10 opções de hospedagem por lá, para todos os gostos e bolsos.
Como cheguei pouco após o meio dia, deixei as minhas coisas no hotel e a própria recepcionista me indicou o Hostel La Cúpula (link aqui) para almoçar. O La Cúpula é uma das hospedagens mais bem avaliadas e disputadas de Copacabana. Lembro de ter ficado pouco mais de uma hora no restaurante que fica anexo ao hostel e ouvido turistas conversando em vários outros idiomas, alguns até não identificados rsrs. Voltando ao almoço, pedi uma tradicional Truta grelhada com quinoa, acompanhada uma paceña. E detalhe para a vista privilegiada da cidade.


Após o almoço, comecei a saga de explorar a cidade. A primeira visita foi a Horca del Inca, situada em uma montanha bem próxima a cidade. Após alguns minutos de subida já é possível ter uma vista panorâmica da cidade de Copacabana e dos arredores.

De acordo com as minhas pesquisas, o valor da entrada era de 10 pesos bolivianos. Talvez por ser um domingo a tarde, não havia ninguém na guarita e nenhum obstáculo que impedisse o acesso ao atrativo. Segui o baile.

Ao contrário de outras “Horcas del Inca” em diferentes regiões da Bolívia (que as vezes são associadas a rituais de sacrifício), a Horca de Copacabana tem um significado especial. A estrutura é uma plataforma de pedra, com algumas ruínas de paredes, e acredita-se que foi usada pelos Incas para realizar observações astronômicas, especialmente para marcar o solstício de inverno, um evento importante para estes, que possuíam um grande conhecimento sobre astronomia. Acredita-se também que o local tenha sido usado para rituais religiosos e cerimônias dedicadas aos deuses solares, como Inti, o deus do sol.

A subida é extremante cansativa (principalmente após um almoço e algumas cervejinhas rsrs), mas a vista de lá é bem interessante. Um ponto curioso é sobre a construção desse monumento. Acredita-se que tenha sido construído antes da chegada dos Incas — ou seja, é uma estrutura pré-incaica. Estima-se que ela tenha sido erguida por culturas andinas anteriores aos Incas, como os Chiripa ou os Tiwanaku, civilizações que existiram na região do Lago Titicaca muito antes do século XV (época da expansão do Império Inca). Mais tarde, os Incas teriam aproveitado o local para seus próprios rituais religiosos e observações astronômicas, já que eles valorizavam muito as estruturas sagradas antigas.
Outra curiosidade é em relação ao nome “Horca del Inca” (“Forca do Inca”), que no caso de Copacabana, não tem nada a ver com execuções. Na verdade, ele foi dado por colonizadores espanhóis no século XVI, quando eles chegaram à região de Copacabana. Eles viram uma formação de pedras com duas grandes colunas de pedra e uma enorme laje apoiada em cima, formando algo que parecia uma forca medieval — aquelas usadas para enforcamentos na Europa. Como os espanhóis interpretavam o mundo pelas suas próprias referências, chamaram aquilo de “Horca del Inca”, imaginando que era usada para punições.
Com os pulmões recuperados da subida, é hora de descer e explorar um pouco mais dos arredores do lago.

Mesmo com um clima tanto ameno (fazia em torno de 18°C, percebe-se pelas pessoas usando casaco), haviam vários brinquedos aquáticos e passeios em que as pessoas inevitavelmente acabavam se molhando. Ao fazer uma rápida pesquisa, descobri que a temperatura média anual em Copacabana gira em torno de 8 °C a 12 °C. Apesar de estar perto da linha do Equador, Copacabana fica a cerca de 3.800 metros de altitude às margens do Lago Titicaca, o que deixa o clima frio e moderadamente úmido durante o ano todo. O lago ajuda a suavizar um pouco as temperaturas extremas, chegando a 0 °C ou até abaixo disso em alguns meses durante a noite, e durante o dia, as temperaturas são agradáveis, variando entre 15 °C e 20 °C.

Passei algumas horas sentado em um banco próximo ao lago, observando a movimentação das pessoas e as atividades aquáticas no lago. O dia ainda não tinha acabado, a última missão seria subir o Cerro Calvário (que o nome justifica muita coisa rsrs) para ver a tradicional vista de Copacabana. Enquanto me deslocava até lá, passei em várias ruas observando os detalhes das construções e casas da cidade, na maioria hotéis, que contrastam totalmente do padrão esperado para uma cidade boliviana.



A subida ao cerro leva em torno de 40 minutos e é tão cansativa que acabei nem fotografando nada. Falando mais sobre o cerro, historicamente ele era um local sagrado para as culturas pré-colombianas, como os Qulla e os Incas, que realizavam rituais de fertilidade e oferendas no local. Com a chegada do cristianismo, o morro foi transformado em um importante destino de peregrinação católica. Hoje, ele é adornado com 14 estações da Via Crucis, representando os passos de Jesus rumo à crucificação. Durante a Semana Santa, especialmente na Sexta-feira Santa, o local recebe procissões com velas e estátuas religiosas, atraindo fiéis de toda a região.

Chegando ao topo do cerro é possível ver uma daquelas imagens que possivelmente todo mundo já viu em algum livro de geografia, acompanhada de algum texto falando sobre Copacabana e sobre o Titicaca, o lago navegável mais alto do mundo. A intenção era assistir o pôr-do-sol lá de cima, mas infelizmente acabou não acontecendo. Mesmo assim, a vista é impressionante e rendeu bons registros.



Após a descida, fui indo em direção ao hotel onde encontrei a italiana e o estadunidense que havia conhecido durante o passeio pelo Uyuni alguns dias atrás. Eles já estavam de saída, iriam atravessar a fronteira em direção ao Peru. Comentei que havia subido o cerro Calvário para ver o pôr-do-sol porém não obtive êxito, eles recomendaram então que eu subisse novamente do dia seguinte logo de manhã, segundo eles a vista era ainda mais incrível. Como estava planejando um passeio pela Isla del Sol logo pela manhã, achei pouco viável subir o cerro novamente.
Explorando a Isla del Sol
No dia seguinte, antes mesmo das 08:00 da manhã, peguei a mochila e câmera e fui em direção ao porto, de onde sairiam embarcações para a Isla del Sol, conforme informações passadas pela recepcionista do hotel. Não demorou muito e já encontrei um barco com assentos disponível, que sairia pontualmente as 08:30. Nesse dia o tempo abriu de vez e o sol deu um aspecto à cidade totalmente diferente do dia anterior.



Já que a navegação no Titicaca iniciou, é hora de falar um pouco sobre mais sobre esse lago tão curioso e importante para a cultura inca. Considera o lago navegável mais alto do mundo, está localizado a aproximadamente 3.812 metros de altitude, na fronteira entre Bolívia e Peru. Ele é um dos lugares mais simbólicos da América do Sul, tanto por sua importância histórica e mitológica, quanto por sua beleza natural impressionante. É o maior lago da América do Sul em volume de água e extensão de superfície, com cerca de 8.300 km² e sua profundidade média é de 140 metros, mas pode chegar a 280 metros em alguns pontos.
Na mitologia inca, o Titicaca é considerado o berço do Império Inca. Antes dos incas, civilizações como os Tiwanaku já veneravam o lago, e vestígios arqueológicos submersos ainda são encontrados. Seu nome vem provavelmente da língua aimará: “Titi Khar’ka” significa “rocha do puma” – uma referência a uma formação rochosa na Isla del Sol ou ao formato do lago visto de cima.
A navegação até a Isla del Sol leva cerca de 45 minutos e é relativamente tranquila, principalmente se realizada em embarcações maiores, que são mais estáveis frente ao vento e as ondas. Além de outras embarcações, também é possível verificar outras pequenas ilhas no trajeto.



Fiquei um tanto surpreso ao chegar na ilha, visto que não esperava uma estrutura de turismo, hotéis e restaurantes, principalmente por esta estar mais isolada da cidade, dificultando o acesso e transporte de pessoas e mercadorias. A minha intenção inicial nesse passeio seria atravessar a pé toda a ilha, de ponta a ponta. Conversando com o motorista da embarcação que me trouxe até ali, este comentou que não seria possível fazer o trajeto por conta da distância e do tempo (pelas pesquisas que fiz anteriormente, o comprimento da ilha é de 9,6 km e o trajeto de ida + volta leva aproximadamente 7 horas). Argumentei com ele que achava bem tranquilo fazer o trajeto nesse tempo e que estava bem preparado fisicamente para isso. Foi aí então que ele comentou que existiam atritos entre moradores da parte sul (onde estávamos) e da parte norte da ilha, havendo casos até mesmo de alguns turistas terem sido agredidos enquanto faziam a travessia.
Enquanto observava a minha cara de espanto, ele ofereceu um serviço de transfer da parte sul até a norte, com uma embarcação menor, pela bagatela de pouco mais de R$ 400,00 na época. Segundo ele, atravessar no sentido norte-sul não teria problema (inclusive, é o trajeto que a maioria das agências faz e que havia visto em alguns blogs e vídeos). Pensei durante alguns minutos, não sabia se o que ele estava falando era verdade ou então uma tentativa de me oferecer o serviço. Como não estava disposto a pagar pra ver, acabei topando, mesmo com o preço um tanto salgado. Poucos instantes depois ele já surgiu com uma embarcação menor, uma espécie de chalana motorizada, onde seguimos por pouco mais de uma hora até o destino. Ao contrário da embarcação anterior, essa era totalmente instável frente ao vento e as ondas. Questionei quando aos coletes salva-vidas e este apenas disse que não precisava, que não tinha perigo. Foram vários minutos de muita tensão até pisar novamente em terra firme, ainda mais que o piloto da chalana era o filho dele, que aparentemente não tinha mais de 10 anos de idade.


Chegada na extremidade norte da Isla del Sol. Dali em diante seriam cerca de 4 horas de caminhada até chegar no ponto de embarque.
Já que estamos da ilha, é hora de falar um pouco sobre ela. A Isla del Sol é um dos lugares mais emblemáticos e espirituais da Bolívia. Localizada nas águas azuis do Lago Titicaca, é considerada sagrada desde os tempos pré-colombianos e guarda até hoje o peso da mitologia andina e segundo as lendas incas, foi ali que o deus Sol fez emergir Manco Cápac e Mama Ocllo, os primeiros filhos do Sol, que viriam a fundar o Império Inca. Por isso, a ilha era um centro de peregrinação e reverência, e ainda hoje conserva ruínas de templos incas, como o Templo de Pilkokaina, no sul, e o complexo de Chincana e a Rocha Sagrada, no norte.
A palavra “Chinkana” vem do quéchua e significa “lugar onde se entra para se perder” ou “labirinto”, o que descreve bem a estrutura do local: um conjunto de corredores estreitos, quartos interligados e passagens sinuosas construídas com pedras cuidadosamente talhadas. Apesar de sua aparência labiríntica, os arqueólogos acreditam que Chincana não era apenas um espaço residencial, mas sim um centro cerimonial ou religioso, possivelmente usado por sacerdotes ou pela nobreza inca durante rituais ligados ao culto solar.

Próximo a Chincana encontra-se a Roca Sagrada, uma formação rochosa natural de importância mitológica, considerada o ponto exato de onde, segundo a lenda, Manco Cápac e Mama Ocllo emergiram enviados pelo deus Sol para fundar Cusco e a civilização inca.

Após passar por esse esses monumentos, eis que começa de vez a caminhada. Como dito anteriormente, a ilha tem cerca de 9,6 quilômetros de extensão, não possui carros ou estradas, ou seja, tudo é feito a pé, por trilhas de pedra que conectam suas pequenas comunidades, como Yumani e Challa. A caminhada entre o norte e o sul da ilha é desafiadora e igualmente recompensadora, com vistas espetaculares do Titicaca, das montanhas ao fundo e do céu imenso que parece mais próximo em razão da altitude. Podemos ter uma noção, pelas imagens a seguir.




Na maior parte da travessia, tive a impressão de ser o único frequentador da ilha. Havia um grupo que chegou pouco tempo depois de mim na parte norte, porém devido as dificuldades do terreno (subidas e descidas extremamente íngremes, somadas ao efeito da altitude) acabaram ficando para trás. Ao chegar na parte final, bem próximo aos hotéis e restaurantes, passei por alguns moradores que do mesmo modo que a senhora que estava pastorejando as ovelhas algumas imagens atrás, evitaram contato a todo custo. Percebendo o desconforto destes e estando próximo a uma ladeira, me retirei da trilha para que passassem com segurança.

Como já é de se imaginar, o acesso à energia elétrica na ilha é bastante limitado. Isso faz com que o ritmo da vida das pessoas que ali residem seja outro — mais calmo, mais simples, mais conectado com a terra e com o sagrado. É um lugar ideal para quem busca contemplação, silêncio e uma imersão na cultura aimará e quéchua. Embora isolado, o local possui várias opções de hospedagem e restaurantes, com uma estrutura rústica mas aparentemente muito confortáveis. Um dos pequenos arrependimentos deste passeio foi não ter pernoitado na ilha ao final do dia. Acabei deixando o mochilão no hotel, pois pensei que não encontraria uma estrutura tão boa como a que encontrei. (E para fins informativos, a hospedagem na ilha tinha um valor cerca de apenas 40% maior que a da cidade de Copacabana, ou seja, um excelente custo-benefício. Fica a dica para o leitor que está pensando em visitar o local).


Quase chegando no ponto de embarque para retornar a ilha, vi vários cercados com criações de ovelhas e lhamas. Além das tradicionais trutas, esses mamíferos são a base para a alimentação dos moradores e visitantes da ilha. Vi algumas crianças pastoreando uma dupla de lhamas, justamente no ponto de passagens dos visitantes da ilha e oferecendo fotos com os animais. Consegui negociar umas fotos por alguns pesos bolivianos que tinha no bolso (caindo conscientemente em um “pega turista” rsrs), e esse tornou um dos meus registros favoritos de toda a viagem. A lhama branca é tão fofa que parece ser de pelúcia. Não pude deixar de abraçá-la, mas infelizmente não temos registro desse momento.


Para finalizar o passeio, visitei a Fonte Inca e o Templo do Sol, mas por motivos de ter acabado a bateria (minha, da câmera e do celular rsrs) não fiz registros. Na sequência, embarquei de volta rumo à Copacabana.
Embora o passeio tenha saído um tanto mais caro do que havia planejado, penso que valeu totalmente a pena o dinheiro investido. Caminhar por um local que carrega tanta história, contemplar paisagens incríveis, poder observar de perto como vivem os habitantes desse local tão único e especial não foi apenas uma experiência turística, mas uma jornada simbólica ao passado e à espiritualidade da América do Sul. Com certeza, um daqueles dias que irei lembrar por muitos anos.
De volta a Copacabana, procurei um lugar para jantar e voltei para o hotel. No dia seguinte, teria que enfrentar uma das missões mais críticas da viagem toda e que estava me preocupando a alguns dias: cruzar a pé a fronteira da Bolívia com o Peru. Foi tão tenso quanto imaginava, tive meu passaporte apreendido e por muito pouco não fui conduzido de viatura policial até La Paz. Mas isso já é assunto para um próximo post.