Foz do Iguaçu: Conhecendo um pouco mais a cidade sede das cataratas
Se engana quem pensa que Foz do Iguaçu se resume apenas à cidade base para visitar as Cataratas do rio Iguaçu. Com pouco mais de 295 mil habitantes, o município do oeste paranaense se destaca por setores de comércio e agropecuário fortes, além de ser um polo de inovação tecnológica através do Parque Tecnológico Itaipu (PTI). Para os turistas, além de boas opções de hospedagem e alimentação, é oferecida uma vasta gama de programações culturais e de lazer.
Um destino, muitas opções
Localizada na tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina, a cidade de Foz do Iguaçu oferece uma variedade de atrações além das famosas Cataratas e da Usina de Itaipu. Os visitantes podem explorar o Parque das Aves, um santuário de aves exóticas e nativas, conhecer o Marco das Três Fronteiras, onde Brasil, Paraguai e Argentina se encontram, proporcionando vistas deslumbrantes e atividades culturais. A cidade também abriga a imponente Mesquita Omar Ibn Al-Khattab, um dos maiores templos muçulmanos do Brasil, além de diversos resorts, parques aquáticos, além de diversas experiências de compras e gastronomia. Nesse post, irei resumir um pouco da minha experiência visitando as atrações de Foz, além de dicas e informações sobre esses locais.
Marco das Três Fronteiras
O marco das três fronteiras oferece uma vista panorâmica do encontro dos rios Iguaçu e Paraná, separados por três obeliscos que representam cada país. Além da paisagem, o espaço conta com apresentações culturais, gastronomia típica e uma ambientação histórica que remete às missões guaranis.

Especialmente ao pôr do sol, o ambiente se torna ainda mais encantador, com iluminação especial e um espetáculo de danças tradicionais. As performances são executadas por dançarinos extremamente habilidosos e carismáticos, tornando a experiência ainda mais interativa. Em um primeiro momento é encenada a chamada “Lenda das Cataratas” e na sequência apresentações representando as danças típicas de cada país.






A intenção era tirar uma foto em frente a placa, porém durante as 03 horas que permaneci no local se manteve uma fila de pelo menos 40 pessoas pra tirar essa mesma foto. A foto instagramável ficou para a próxima visita.
Sobre os ingressos, é possível comprar no site oficial (Marco das 3 Fronteiras – Foz do Iguaçu) ou diretamente no local. O valor em dezembro de 2024 era de 55 reais. Para garantir um lugar para sentar é importante chegar com uma certa antecedência no local. Os shows começam por volta das 18 horas e os assentos disponíveis são ocupados rapidamente.
Mesquita Omar Ibn Al-Khatab
A Mesquita Omar Ibn Al-Khattab é um dos principais pontos culturais e religiosos da cidade. Inaugurada em 1983, a mesquita foi construída pela comunidade muçulmana local, especialmente de origem libanesa e palestina. Inspirada na arquitetura islâmica, a mesquita se destaca por sua cúpula branca imponente e minaretes altos, sendo um símbolo da diversidade cultural da cidade.


Como dito anteriormente, a cidade de Foz do Iguaçu abriga a segunda maior população de muçulmanos em território brasileiro, ficando atrás apenas da capital paulista. Estima-se que vivam em Foz entre 15 mil e 25 mil seguidores do Islã. Estando em Foz, um dos passeios interessantes é a visita guiada à mesquita Omar Ibn Al-Khattab. Além de poder ver de perto como funciona o local, a visita proporciona um espaço de aprendizado sobre o Islamismo e a cultura árabe. São disponibilizadas vestimentas típicas aos visitantes, sendo estes conduzidos até uma sala onde é passado um vídeo explicando os principais pilares e valores da religião.

Os Cinco Pilares do Islamismo são as bases da fé e prática dos muçulmanos. O primeiro é a Shahada, a profissão de fé que declara que “Não há outro deus além de Alá, e Maomé é seu Mensageiro”. O segundo é a Salat, a realização de cinco orações diárias voltadas para Meca. O terceiro é o Zakat, a doação obrigatória de uma parte da riqueza para ajudar os necessitados. O quarto é o Sawm, o jejum realizado durante o mês do Ramadã, do amanhecer ao pôr do sol, como forma de disciplina e purificação espiritual. Por fim, o Hajj é a peregrinação a Meca, que deve ser feita pelo menos uma vez na vida por aqueles que têm condições físicas e financeiras. Esses pilares são essenciais para fortalecer a fé, a disciplina e a solidariedade entre os muçulmanos.
Logo em frente à mesquita tem uma loja de doces e artesanatos árabes. Além disso, também é possível encontrar os famosos chás e chocolates árabes.


Como bom fã das Crônicas de Nárnia que sou, não pude deixar de experimentar o manjar turco (quem lembra do episódio em que a Feiticeira Branca oferece o manjar turco para o Edmundo? rsrs). Todos os doces cuidadosamente elaborados e muito bem apresentados, porém a minha opinião sobre os doces turcos continua a mesma: são mais bonitos que saborosos. Sou bem mais paçoca e pé-de-moleque rsrs.
Ainda sobre a visitação à mesquita, os ingressos podem ser adquiridos pela internet ou diretamente no local. Em dezembro de 2025 custavam 30 reais, e os horários das visitações não eram exatamente como estava no google maps. É interessante entrar em contato antes via whatsapp ou até mesmo verificar no site (VISITE A MESQUITA OMAR IBN AL KHATTAB). Não esquecendo que existem muitas opções de restaurantes árabes na cidade. Dois que visitei e recomendo: Restaurante Monjolo, que fica próximo à mesquita inclusive (https://maps.app.goo.gl/Mj3gDMoNxs3rFfXx8) e o Shawarmania (https://maps.app.goo.gl/3YoAtwUAhtYb8soS7), mais na região central da cidade.
Avenida Pedro Basso, 428 – A Rua mais Bonita de Foz
A apenas algumas quadras da mesquita, podemos encontra a Avenida Pedro Basso, popularmente reconhecida como “a rua mais bonita de Foz”. Com aproximadamente 1,3 km de extensão, destaca-se pelo seu túnel verde formado por mais de 150 árvores que se entrelaçam ao longo da avenida, proporcionando uma paisagem encantadora.

Essa característica única torna a avenida um ponto de interesse tanto para moradores quanto para turistas, sendo frequentemente utilizada como cenário para fotos de casamentos, aniversários e outros eventos especiais, principalmente ligados ao Natal. É uma rua predominantemente residencial (vi apenas alguns escritórios de advocacia e imobiliárias na região), ou seja, é um passeio bem contemplativo e que pode se tornar bastante agradável, principalmente nos dias mais quentes.
Parque das Aves
Situado a poucos passos da entrada do Parque Nacional Iguaçu, o parque é um refúgio para mais de 1.300 aves de 140 espécies diferentes. Foi fundado em 1994 pelo casal Anna-Sophie Helene e Dennis Croukamp, originários da Alemanha. Dennis, um apaixonado por aves e vida selvagem, sonhava em criar um espaço dedicado à conservação de espécies tropicais. Com Anna-Sophie, ele transformou uma área de Mata Atlântica próxima às Cataratas do Iguaçu em um santuário para aves resgatadas e espécies ameaçadas.


A experiência de visita ao parque é bem imersiva e foge totalmente da ideia de “zoológico”. Particularmente não me agrada a ideia de visitar zoológicos e possivelmente não visitaria o parque se a proposta fosse essa. Durante a visita é possível adentrar nos viveiros, podendo chegar bem próximo de tucanos, araras, flamingos e outras aves exóticas. Além disso, o parque tem um forte compromisso com a conservação da fauna e da flora, realizando projetos de reprodução e reabilitação de espécies ameaçadas.





Durante a visita, pude perceber o enorme zelo e carinho que os funcionários do parque possuem no trato dos animais. Conversei com alguns dos funcionários durante a visita, e é notório o quanto se esforçam no sentido de manter os animais saudáveis e o ambiente acolhedor para os visitantes. Em especial no viveiro dos araras, onde passei a maior parte do tempo, ao conversar com um dos biólogos esse relatou que menos de 20% dos animais que chegam ao parque resgatados de tráfico ou contrabando sobrevivem.
Na ocasião havia uma arara-azul, de cor visivelmente mais clara que as demais. Ao questionar qual seria o motivo ele apontou para o bico da mesma, que havia sido cortado rente a sua cabeça, resultando em dificuldades na alimentação e absorção de nutrientes. É um trabalho de muita responsabilidade e resiliência, com certeza vale a pena ser conferido de perto durante uma visita em Foz do Iguaçu. Ingressos no site oficial do parque (Rates – Parque das Aves).
Refúgio Biológico Bela Vista
Visitar o refúgio biológico Bela Vista, mantido pela Fundação Itaipu, não estava no meu roteiro inicial. Mas tamanha foi a propaganda feita pelo Uber que me levou do Aibnb até o Marco das Três Fronteiras, que fiquei instigado a conhecer. Esse passeio, assim como o da usina de Itaipu, se inicia do Centro de Recepção de Visitantes e os ingressos precisam ser comprados com antecedência através do site oficial da Turismo Itaipu (Itaipu Refúgio Biológico – Turismo Itaipu).

O refúgio é uma área de conservação criada pela Itaipu Binacional para preservar a fauna e a flora da região afetada pela construção da usina hidrelétrica. Ele ocupa cerca de 1.920 hectares e desempenha um papel fundamental na reintrodução de espécies ameaçadas, pesquisa ambiental e educação ecológica.



O refúgio funciona também como berçário de animais silvestres resgatados do tráfico ou da destruição do habitat, sendo cuidados e preparados para retorno à natureza, contando com atendimento de veterinários e zootecnistas em tempo integral. Além disso, o refúgio faz parte do Corredor de Biodiversidade Santa Maria, que conecta áreas protegidas para permitir o deslocamento da fauna.
O serviço de guia do funcionário da Fundação Itaipu (que infelizmente não recordo o nome) foi impecável. Esse conhecia com detalhes cada uma das espécies, além de seus hábitos, rotinas e histórico de chagada no parque. Na minha opinião, por ser um passeio educativo acaba sendo mais voltado a famílias com crianças em idade escolar (que representavam cerca de 80% do grupo). Caso tenha algum dia a mais no seu roteiro, é um passeio que vale incluir.
Informações e dicas finais
Dois passeios que incialmente estavam no roteiro e acabei não realizando foi o do Itaipu Ecomuseu (que na oportunidade estava em reforma e fechado para visitação) e o do Templo Budista Chen Tien. A respeito do templo, esse não conta com visita guiada, apenas contemplação das obras e passeio pelos jardins. Como havia feito recentemente uma visita super completa ao Zu Lai em Cotia-SP (que inclusive é o maior da América Latina), acabei optando por não fazer.
Outro ponto é sobre os vários shoppings e Duty Free em Foz. A minha intenção na viagem não era fazer compras, mas penso que os mesmos são uma boa opção para quem deseja comprar eletrônicos e vestimentas justamente pelos descontos e isenções de impostos.
Algumas dicas gerais sobre Foz do Iguaçu:
- Aeroporto: O aeroporto de Foz de Iguaçu, embora seja pequeno, possui vários várias opções de voos para São Paulo, Rio de Janeiro e outras capitais. Está localizado a cerca de 15 km da região central de Foz do Iguaçu, e caso seu voo seja em um horário entre o final da noite e a madrugada, é prudente realizar o agendamento de um transfer até a sua acomodação com antecedência. Li relatos de vários viajantes que tiveram dificuldades com os aplicativos de transporte nesses horários;
- Hospedagem: Caso a sua intenção não seja ficar hospedado em um resort (que geralmente ficam em regiões mais afastadas), o centro de Foz Iguaçu possui diversas opções de Hotéis e até mesmo Airbnbs. Além de todas as facilidades de ficar próximo a restaurantes e lojas, facilita a utilização do transporte urbano (que inclusive é muito eficiente e irei falar mais sobre no próximo item);
- Transporte em Foz: A galera das viagens ostentação que me perdoem, mas andar de busão em Foz é vida! A cidade possui uma excelente estrutura de transporte urbano, que facilita e muito a vida e o bolso do turista. A cidade possui um terminal de transporte urbano situado na região central (Av. Juscelino Kubitscheck, 1385 – Centro, Foz do Iguaçu – PR, 85864-000), e através da linha 120 leva os turistas direto ao Parque Nacional do Iguaçu, com paradas no Aeroporto e outros pontos estratégicos do trajeto (shopping, Duty Free, Resorts). E tudo isso por uma bagatela de 5 reais, que devem ser pagos em espécie caso não possua o cartão de transporte da cidade. As saídas ocorrem a cada 30 minutos, das 4h50 às 0h15. O Uber do centro até o Parque custa em média 40 reais, e para quem vai de veículo próprio o estacionamento é pago e as vagas são bastante concorridas;
Conhecer Foz do Iguaçu além de Itaipu e das Cataratas é com certeza uma experiência que irá tornar a sua passagem pela cidade ainda especial. Espero que eu tenha, de alguma forma, ajudado no planejamento do seu roteiro por Foz. Caso tenham ficado dúvidas ou se você tem alguma informação a acrescentar, não deixe de comentar. Até a próxima!
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